Por que Livro Gratuito?

Venho escrevendo há alguns anos.

Meu primeiro livro editado foi "Até que a vida nos una", depois de uma peregrinação por praticamente todas as editoras do Brasil.

São raras as editoras que bancam os custos das suas edições. A grande maioria cobra dos autores para editar seus livros. Os valores cobrados variam muito de uma editora para outra em função de vários fatores.

Para a edição de "Até que a vida nos una", pela Editora AGE em 2010, conseguimos fazer uma negociação razoável. Não foi barato. Mas foi viável.

Em 2012 editei mais um livro, "Atendimento Espiritual - A Teoria na Prática", pela Editora LP-Books, por um valor bem abaixo do mercado, por causa da filosofia de trabalho de impressão do livro por demanda. Porém, a penetração da editora no mercado é pequena e praticamente não se consegue encontrar o livro em livraria nenhuma. Pareceu-me que a filosofia de trabalho da editora se adequa mais para autores que possam vender seus próprios livros em palestas e eventos, por exemplo, o que não é o meu caso.

No início de 2013 eu tinha mais um livro pronto para edição (Coisas que afetam você...) e queria, ainda, reeditar "Atendimento Espiritual" por outra editora. Porém os orçamentos para editá-los inviabilizaram meus planos.

"Atendimento Espiritual - A Teoria na Prática" se equivale a "Até que a vida nos una" em formato e volume de páginas, por volta de 320, mas o orçamento para a sua reedição foi exatamente o triplo do valor da edição do primeiro, representando o valor de um carro zero quilômetro.

E o orçamento para a edição de "Coisas que afetam você...", um livro pequeno, com estimativa de 120 páginas na época, foi igualmente proibitivo.

Desta forma, os livros se tornaram inviáveis, pois chegariam às prateleiras das livrarias com preços altíssimos, muito além do que os leitores se dispõem a pagar. Aliás, é isso o que vem acontecendo com quase todos os livros. 

E depois, todo mundo fica surpreso por haver tão poucos leitores neste país...

O mercado literário no Brasil é insano e incompreensível. Pelo menos para mim.

É difícil entender a lógica de se colocar no mercado um livro que quase ninguém vai poder ou querer comprar por causa do seu preço exorbitante. Comprar livros, hoje, está se tornando cada vez mais um ato luxuoso.

Se o livro fosse mais barato, algo como metade do preço atual, haveria muito mais leitores. E muito mais vendas! E editoras, gráficas, distribuidoras e livrarias faturariam mais.

Recebo relatos frequentes de pessoas que se sentiram atraídas pelo livro "Até que a vida nos una" por causa da capa sugestiva, do enredo e/ou do conteúdo, mas acabaram não comprando ou adiando a sua compra por causa do preço.

Praticamente todas as livrarias reclamam que estão vendendo muito pouco. Exceto aqueles poucos livros que têm respaldo da mídia, os quais estão em todas as vitrines. E assim, a grande maioria dos títulos editados acabam virando monumentais encalhes.

Talvez esteja aí a justificativa do alto preço cobrado pelas editoras: antes, as editoras ganhavam dinheiro quando os leitores compravam livros; hoje, isso só acontece eventualmente e a fonte de receita das editoras passou a ser o que elas cobram dos autores para editarem seus livros.

Desta forma, se o livro encalhar, o prejuízo é apenas do autor. Por uma questão de responsabilidade, isso até seria justo, pois é o autor quem quer colocar no mundo a sua obra. Mas, por outro lado, seria justo somente se os valores praticados estivessem dentro de parâmetros razoáveis.

 Acredito que os preço dos livros no Brasil não correspondem aos seus custos e vão se inchando sem justificativa plausível à medida que percorrem a cadeia de edição, distribuição e comercialização. Não vejo justiça neste comércio. E acho que falta respeito ao leitor.

Assim sendo, decidi não editar mais nenhum livro enquanto permanecerem estas condições.

Mas, então, se eu não vou mais editar livro algum, pois nada indica que esta situação possa mudar, por que eu continuo escrevendo?

Devo confessar: escrever é uma necessidade minha. Se alguém vai ler ou não, isso já é outra história. Eu vou continuar escrevendo. É uma ótima forma de manter a minha mente funcionando.

E, se é assim, até dá para dizer que escrevo em proveito próprio. É verdade. Como também é verdade que o faço com responsabilidade, pois pessoas podem ser influenciadas pelo que lêem,  e acreditando (esperando) que meus escritos possam ter alguma utilidade para quem vier a lê-los, baseado nos retornos que venho recebendo de diversos leitores.

É por isso que estou colocando meus livros de graça neste site, em formato eletrônico, para quem quiser lê-los. 

Para baixá-los, não há exigências nem condições. Você só precisa clicar e fazer o download do livro.

E se você não gostar do livro que baixou, pelo menos não precisou pagar um preço abusivo para lê-lo.

Espero que o material que estou disponibilizando aqui seja uma boa leitura para você.

Faça bom proveito! E divulgue a nossa iniciativa.

 

Sydney Santanna